O design de mecanismos mostra por que um leilão representa a melhor forma de alocar bens dentro de um conjunto de compradores potenciais, sem que saibamos as reais intenções de cada um. E também mostra qual tipo de leilão é apropriado para garantir o máximo retorno esperado por parte do vendedor.
Antes da elaboração da teoria, a análise microeconômica dos mecanismos de distribuição ótima estava restrita ao desempenho dos mercados. A pergunta principal era: "Como os mercados conseguem alocar recursos de maneira eficiente?".
As respostas apareciam dentro de modelos teóricos, mas exigiam premissas com pouco apelo concreto, tal como informação perfeita, interesses privados e ausência de externalidades. Ou seja, o equilíbrio era previsto pela teoria. Mas alcançá-lo na prática parecia muito mais difícil.
Pensando nesse obstáculo, Hurwicz resolveu virar o jogo. Em vez de exigir que o mercado resolva o problema, por que não desenvolver outras instituições, que simulem o que há de melhor nas trocas livres? A partir daí, o objetivo científico mudou. Economistas como Hurwicz, Maskin e Myerson passaram a discutir o design de mecanismos, com base nas necessidades de grandes grupos sociais. Esse caminho levou a avanços significativos em campos antes saturados, como regulação, tributação, eleições e finanças corporativas.
Discutir o design de mecanismos está longe do trivial. Depois de elaborado o algoritmo, o economista deve considerar diferentes equilíbrios previstos pelo conjunto de soluções. Os equilíbrios podem corresponder a situações ótimas sob perspectivas diversas. Isto é, de acordo com a posição de cada classe de agentes. Como exemplo, um mesmo mecanismo pode favorecer os compradores ou chegar ao maior preço de venda.
Felizmente, a teoria agraciada com o Nobel de 2007 fornece os meios para que um planejador descubra qual arranjo é preferido por determinado grupo. Dessa forma, a instituição é definida deliberadamente.
Fonte: web.infomoney.com.br
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